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Projeto de Decreto Legislativo nº 12/2012

Ementa

DISPÕE SOBRE A OUTORGA DO TÍTULO DE CIDADÃO PAULISTANO AO ARCEBISPO DOM DAMASKINOS MANSOUR

Autor

Jamil Murad

Data de apresentação

13/03/2012

Processo

02-0012/2012

Situação

aprovada

Norma aprovada

Decreto Legislativo nº 26, de 25 de abril de 2012

Comissões designadas

Tramitação

Deliberação

Encerramento

Processo encerrado em 25/04/2012 (PROMULGADO)

Documentos

Links relacionados

Câmara Municipal de São Paulo (SPLegis)
Câmara Municipal de São Paulo (Biblioteca)

Redação original

Dispõe sobre a outorga do Título de Cidadão Paulistano ao Arcebispo Dom Damaskinos Mansour"

A Câmara Municipal de São Paulo DECRETA:

Art. 1º Fica concedido ao Arcebispo Dom Damaskinos Mansour o Título de Cidadão Paulistano.

Art. 2º - A entrega da referida homenagem será dará em Sessão Solene, a ser previamente convocada pelo Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, especialmente para esse fim.

Art. 3º - As despesas decorrentes da execução do presente decreto legislativo, correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 4º - Este decreto legislativo entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, Às Comissões competentes."

"JUSTIFICATIVA

O Metropolita Dom Damaskinos Mansour nasceu em Damasco - Síria, em 1949, filho de Youssef Mansour. Seu nome civil é Samih Mansour. Fez os estudos elementares na Escola São João Damasceno, em Damasco e nas Escolas Gassanie.

Viveu no Líbano de 1960 a 1975; de 1960 a 1970 cursando a Escola Secundária de Balamand, no Líbano, onde foi aluno de Sua Beatitude o Patriarca Ignátios IV, que então era superior do Mosteiro e do seminário.

No período de 1970 a 1974 fez os estudos acadêmicos, alcançando Licenciatura em Teologia pela Universidade de Balamand e Licenciatura em Literatura Árabe pela Universidade Libanesa de Beirute. Nessa mesma época foi professor de Catequese nas escolas da Arquidiocese de Trípoli e no Seminário Patriarcal no Líbano, sendo ordenado Diácono por Sua Beatitude, o Patriarca da Igreja Antioquina, Elias IV, em 08 de dezembro de 1974, dia da formatura.

Após a Ordenação Diaconal foi nomeado auxiliar do reitor da Faculdade Teológica São João Damasceno de Balamand e Diácono-Prefeito dos alunos, funções que continuou a exercer na Universidade de Tessalônica, na Grécia, quando a Faculdade Teológica São João Damasceno foi para lá transferida devido à guerra civil no Líbano, tendo para lá retornado em 1980, quando da reabertura da Faculdade de Teologia.

De 1976 a 1980 fez o Mestrado em Teologia pela Universidade de Tessalônica, obtendo também Licenciatura em Liturgia e Arte Bizantina na mesma, e Biblioteconomia pelo Instituto de Estudos Balcânicos.

Obteve Licenciatura em música pela Escola Eclesiástica Superior de Tessalônica e nesse período foi diretor e professor na extensão da Escola Teológica da Universidade de Balamand, que funcionou temporariamente na Grécia. Foi ordenado Sacerdote na Igreja de Santa Sofia, na Grécia, em 1976 pelo Metropolita Panteleimon Rodopoulos, do Patriarcado Ecumênico.

De 1980 a 1988 esteve a serviço no Patriarcado Antioquino em Damasco; foi orador do Patriarcado e professor no Colégio Patriarcal e em outras escolas de Damasco.

Em 1984, pelas atividades exercidas, recebeu o título de Arquimandrita, por Sua Beatitude o Patriarca Ignátios IV. Foi diretor de coro e professor de Música Eclesiástica na Arquidiocese de Damasco e responsável pela edição e publicação do periódico semanal do Patriarcado, por quatro anos. De 1987 a 1991 foi, ainda, Vigário Arquiepiscopal da Arquidiocese de Akkar.

Em 1992 foi eleito e sagrado Bispo Auxiliar para a Arquidiocese de São Paulo - Brasil.

Em 1997 foi eleito unanimemente, pelo Santo Sínodo Antioquino, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de São Paulo e todo o Brasil, sucedendo o saudoso Metropolita Dom Ignátios Ferzli, tomando posse solenemente na Catedral Ortodoxa de São Paulo.

Participou de vários encontros Conciliares Ecumênicos, bem como Cristão e Islâmicos, como representante da Faculdade Teológica de Balamand, da Arquidiocese de Akkar e do Patriarcado Antioquino.

O Metropolita Dom Damaskinos Mansour deu várias entrevistas à imprensa escrita, falada e televisiva, bem como tem publicados vários artigos de cunho religioso e político sobre a Síria, o Líbano e a Nação Árabe em geral, e participou ativamente, por várias vezes, nos Congressos Islâmicos da América Latina e Caribe.

Nos anos 1990 participou, com o Clero da Catedral, do "Programa Ecumênico" exibido pela Rede Globo de Televisão durante três anos.

Foi eleito em 2006 membro do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas, no qual trabalha pelo diálogo ecumênico cristão mundial. Por sua iniciativa a Arquidiocese Antioquina do Brasil ingressou no MOFIC (Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs), uma representação do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) em São Paulo, estreitando, assim, os laços com a Igreja irmã Católica Romana, especialmente com a Arquidiocese Católica de São Paulo.

Foi solenemente empossado como "Irmão Mesário" da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, instituição assistencial e hospitalar fundada em 1560.

É portador de várias Comendas e Condecorações nacionais e internacionais de organizações e entidades religiosas, sociais e patrióticas: Condecoração de São Sergio, do Patriarcado de Moscou, Comenda das Ordens Cavalheirescas de Santo Amaro e de São Lázaro de Jerusalém, Condecoração da Soberana Ordem do Mérito da Fraternidade Universal, com o título de "Guardião da Harmonia e Fraternidade Universal", Grande Colar da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, além de ter recebido muitas outras homenagens civis, como títulos e placas.

Fala fluentemente árabe, inglês, grego e português, e tem noções de francês. Fez estudos de hebraico e aramaico.

Desde que chegou ao Brasil em 1992, Sua Eminência acolheu toda a comunidade síriolibanesa, sem discriminar entre cristãos e muçulmanos, trabalhando sob uma identidade árabe-oriental única, esforçando-se por fortalecer essa unidade tanto espiritual quanto patrioticamente.

A comunidade árabe se reuniu a seu lado, pois pode ver nele um Arcebispo que é pai para todos os cristãos, sejam orientais ou brasileiros, e amigo dos muçulmanos.

Em razão de tão rico currículo e de seu proeminente papel desempenhado à favor de profícuo diálogo entre as várias religiões e em prol da paz entre os povos é que se faz merecer desta homenagem, como reconhecimento de sua contribuição à sociedade.

Por esses motivos conto com os votos favoráveis dos Nobres Pares para aprovar a presente propositura que objetiva conceder justa homenagem a esse eminente cidadão.